Como funciona a urna eletrônica
Em 2022 teremos eleições no Brasil, que é sempre um acontecimento extremamente importante. Afinal, é durante esse período que escolhemos quais serão os nossos representantes no governo brasileiro. Mas, você sabia que as urnas eletrônicas, sistema pelo qual se computam os votos, são dispositivos extremamente tecnológicos e seguros?
O TudoTecnologia preparou essa publicação para te mostrar como funciona a urna eletrônica. Nos acompanhe para ver como o dispositivo opera e porque podemos considerar o sistema brasileiro de votação um dos mais tecnológicos do mundo. Além disso, separamos um tópico para evidenciar porque as urnas eletrônicas são, sobretudo, seguras.
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As urnas eletrônicas
Quando surgiram as urnas eletrônicas
Antes de mais nada, vamos falar da origem do equipamento. Para isso, devemos voltar para o ano de 1985, quando tivemos o primeiro passo para a informatização do processo de votação. Nesse ano, tivemos um cadastro eleitoral informatizado implantado pelo TSE, o Tribunal Superior Eleitoral.
Porém, apenas 10 anos após esse cadastro tivemos a criação da urna eletrônica, que recebia o nome de “coletor eletrônico de votos (CEV)”. A primeira vez que o coletor foi utilizado foram durante as eleições municipais no ano de 1996. Todavia, alguns municípios ainda realizaram as suas eleições através do voto impresso nesse ano.
4 anos após, em 2000, todo o processo de votação em território nacional já era 100% digitalizado, utilizando das urnas. O equipamento serve de modelo para diversos outros países que estudam a implementação de sistemas similares em suas eleições.
Como funcionam as urnas eletrônicas
Mas afinal, como funcionam as urnas? Primeiramente, saiba que o dispositivo é um pequeno computador, resistente, leve, autônomo em energia e com diversos recursos de segurança. As urnas são compostas por dois terminais: o do mesário e o do eleitor.
No terminal do mesário o eleitor é identificado e autorizado a realizar a votação. Recentemente, esse terminal foi aprimorado e recebeu o recurso da biometria, que valida a identidade dos eleitores. Além disso, aqui há um teclado numérico, onde é digitado o número do título de eleitor de quem vota. Então, todas as informações da pessoa são mostradas em uma tela, que informa se tudo está regular. Após a verificação de aptidão para voto, e eventual confirmação biométrica, o eleitor é autorizado a seguir para o terminal do eleitor.
No terminal do eleitor os votos são registrados. A tela mostra orientações de como o eleitor deve votar. Em resumo, ele deve já saber quais os números de seus candidatos. Não é permitido o uso de celular na cabine de votação, mas, você pode ter em mãos um papel com os números de seus candidatos anotados.
O processo da votação em si é um tanto quanto intuitivo e tudo o que você precisa saber será mostrado na tela. Dependendo das eleições, federais ou municipais, aparecerão os cargos para os quais você deve votar, em certa ordem. Com os números em mãos, você digita e a tela mostrará qual o candidato correspondente antes de você confirmar o voto. Há uma indicação sonora após cada voto e ao fim das suas escolhas.
Caso haja qualquer problema durante a votação, o que raramente ocorre, informe o mesário responsável, todas as medidas necessárias serão tomadas.
Após todos os candidatos serem selecionados e confirmados no sistema, seus votos serão enviados para o TSE, que registra tudo. Não há nenhuma divulgação sobre as suas escolhas, o voto é, sobretudo, secreto. Apenas você saberá de fato em quem votou. Todas os dados são armazenados em um sistema amplo, com cópias e totalmente seguro.
Pesquisas de satisfação com a urna
Segundo o site oficial do TSE, há pesquisas que indicam a satisfação dos brasileiros com o sistema da urna eletrônica, todavia, os dados não são recentes. O site informa que o órgão “Instituto Sensus” realizou uma pesquisa após as eleições nacionais de 2010. 94,4% dos entrevistados aprovaram o sistema das urnas eletrônicas e 85% disseram não ter nenhuma dificuldade na hora de votar.
Outros números extremamente positivos nessa pesquisa mostram que 97,1% dos participantes avaliaram como “positiva” a agilidade na apuração dos votos. Por sinal, essa é outra característica que mostra o quão eficiente são as urnas. Os resultados são divulgados poucas horas após o termino das votações, algo impossível em sistemas analógicos.
Segurança das urnas
Uma pergunta que sempre surge, principalmente durante anos de eleição é: as urnas eletrônicas são realmente seguras? Algumas pessoas criam diversas teorias sobre como esses sistemas podem ser manipulados e adulterados e não deveríamos confiar nos dispositivos. Vamos então te mostrar alguns recursos que mostram que sim, as urnas eletrônicas são seguras.
Antes de mais nada, relembramos que entre 2009 e 2012 foram realizados os chamados “Testes Públicos de Segurança” que tentavam invadir e os sistemas e adulterar dados registrados nas urnas eletrônicas. Todas as tentativas falharam, mostrando que o sistema é totalmente integro.
A urna eletrônica utiliza de diversos recursos de criptografia, assinatura digital, resumo digital e outros recursos avançados para garantir a segurança dos dados coletados e registrados. Apesar de criada há muito tempo, o software utilizado ainda pode ser considerado extremamente seguro.
Um dos principais pontos que mostra isso é o fato de que as urnas não se conectam com nenhum sistema externo. Ou seja, os dispositivos não estão online, na rede, conectados com a internet. Tudo funciona unicamente no sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Isso impede quase que totalmente a atuação de hackers, afinal, o sistema do TSE é extremamente seguro.
Outro recurso que protege as urnas, já citado aqui, são as assinaturas digitais. Todos os dados relacionados aos sistemas são protegidos por assinatura digital. Isso significa que é impossível modificar essas informações, mesmo que o acesso ao controle fosse comprometido. Logo, também não é possível modificar os resultados das votações, que são armazenados no “boletim de urna”.
O TSE ainda ressalta que são tomadas diversas medidas para controlar os acessos aos sistemas, por pessoas que trabalhem diretamente no processo eleitoral. Caso alguma mudança, ou verificação, precise ser realizada, a Justiça Eleitoral saberá de tudo. Quem realiza os acessos, quando e o que fez no sistema. Porém, seria impossível retirar, adicionar ou alterar votos, por exemplo.
Além disso, temos a realização de alguns processos para a confirmação da segurança do sistema, são eles: a Cerimônia de Lacração dos Sistemas Eleitorais e a conferência do boletim de urna.
Cerimônia de Lacração dos Sistemas Eleitorais
Nesse processo, são sorteadas algumas urnas para verificação, na véspera das eleições. Elas já estavam instaladas nos locais de votação, prontas para serem utilizadas. Elas são substituídas por outras, preparadas da mesma forma. No dia da eleição, publicamente, as urnas que foram substituídas são submetidas à votação, assim como as novas. Porém, é feito um registro paralelo dos votos, em papel, de maneira analógica. Tudo é registrado em vídeo. Ao final do dia, os votos apurados pelas urnas eletrônicas em específico são comparados com o que foi registrado analogicamente. O resultado é sempre perfeito e os números se igualam.
Conferência do boletim
Esse procedimento consiste na conversão do boletim que apura os votos de cada seção em um documento público. O resultado de cada boletim é divulgado e pode ser facilmente confrontado com o que for publicado pelo TSE online. Os dados podem ser comparados por seções eleitorais, ou de forma geral. Esse processo é sempre realizado pelos partidos políticos, mas os eleitores também podem fazê-lo.
Esses dois procedimentos são apenas os mecanismos que provam a eficiência e a segurança da urna, ainda há uma série de recursos que protegem todos os dados e o processo de votação.
Eleições 2022
Para encerrar, lembramos que 2022 é ano de eleições. As chamadas “eleições gerais” elegem o presidente da república, o vice-presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais. Esse ano, as eleições estão programadas para ocorrer no dia 02 de outubro. Caso haja um segundo turno, ele ocorrerá no dia 30 do mesmo mês. Utilize seus documentos para verificar qual o seu local de votação, o processo pode ser feito online, no site do TSE.
A participação nas eleições é um processo obrigatório no Brasil e se ausentar no dia pode gerar consequências, portanto, é altamente recomendado que você vá votar. Lembre-se de votar conscientemente, selecionando os candidatos que você concorda com as ideias e os planos de governo. Afinal, devemos eleger os nossos representantes para governar, aqueles que irão representar o mais próximo possível dos nossos interesses.
Esperamos que não tenha restado nenhuma dúvida sobre o funcionamento das urnas. Para mais artigos completos sobre diversos dispositivos tecnológicos, mantenha-se conectado conosco no TudoTecnologia.